A imprensa brasileira não deixou de notar que, na apresentação de ontem do relatório final sobre mudanças no Código Florestal feita pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), o discurso, além de muitas vezes carecer de sentido, pouco representa para o desenvolvimento do país.

O excesso de embromação e a falta de conteúdo foram destaques na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. A editoria de Ciência mostrou algumas ‘pérolas’ da fala do deputado: entre requerer a naturalização da jaca como espécie nativa brasileira e afirmar que o boi é o animal de estimação preferido dos brasileiros, Aldo Rebelo também ocupou o tempo de leitura para acusar o Greenpeace de chefiar uma conspiração para ressuscitar a época de colonização holandesa no Brasil.

Na reportagem, a editoria do jornal impressiona-se também com a ignorância do deputado sobre assuntos como aquecimento global e desenvolvimento limpo e finaliza com a afirmação: o deputado anda precisando de uma consultoria científica.

O jornal Estado de São Paulo dá destaque à contratação de uma consultora jurídica ligada ao agronegócio, Samanta Piñeda, para a elaboração do texto do relatório. O jornal lembra as posições de Samanta sobre o Código Florestal. Quando, em 2008, o presidente Lula estabeleceu punição para produtores rurais que desrespeitavam a lei ambiental, a advogada classificou as regras como inconsequentes e incumpríveis.

Na edição do Jornal das Dez, na Globonews, o apresentador André Trigueiro critica o relatório, especialmente pela frase que o introduz, dedicando o texto “aos agricultores”. Segundo o jornalista, isto que revela a falta de compromisso do autor com o outro lado da discussão – o ambiental.