terça-feira, 29 de junho de 2010

Bayer joga a toalha


Empresa recua e retira o pedido de liberação do arroz transgênico. Pelo menos por enquanto, o tradicional arroz com feijão do brasileiro está a salvo.

A Bayer CropScience retirou hoje o pedido de plantio e venda do arroz transgênico Liberty Link (LL62) à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Com isso, fica suspensa, pelo menos por enquanto, a entrada da variedade geneticamente modificada no mercado brasileiro. Se fosse aprovado, o Brasil seria o primeiro país do mundo a produzir e consumir arroz transgênico.

“Tentar empurrar uma variedade transgênica goela abaixo do brasileiro é um desrespeito. Ninguém quer esse arroz”, afirma Iran Magno, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil. Até hoje não foram apresentados estudos que garantam a segurança da saúde humana, da biodiversidade e do ambiente com a introdução dessa variedade.

A Bayer divulgou em seu site uma nota esclarecendo a retirada. Alegou a “necessidade de ampliar o diálogo com os principais integrantes da cadeia de produção no Brasil”. Bem sabemos que, na realidade, os produtores não mudaram a sua posição inicial contrária a variedade.

O histórico da Bayer com o arroz geneticamente modificado não é dos melhores. Três variedades de arroz transgênico cultivadas em campos experimentais contaminaram, em 2006, os estoques nos Estados Unidos, com impacto negativo na indústria de arroz americana, que viu os mercados internacionais fecharem as portas para o seu produto.

“Do jeito que a Bayer se esforça para aprovar esse arroz, mesmo com toda a controvérsia envolvida, eles podem colocar o pedido de novo na pauta da CTNBio. Vamos acompanhar de perto”, completa Iran.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Vozes Unidas contra o Porto-Sul


Na última quinta-feira, 17 de junho, foi realizada audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir a instalação do Complexo Portuário Porto-Sul, na Ponta da Tulha, Ilhéus (BA).

Como os principais interessados no porto, os representantes do Governo da Bahia, e da BAMIN (Bahia Mineração Ltda.) não comparecem, a discussão se concentrou nos pontos contrários à instalação.

O procurador da República de Ilhéus, Eduardo El Hage, contra o empreendimento, já entrou com ação civil pública para frear a concessão de licenças ambientais. De acordo com Hage, se depender do Ministério Público, o projeto não sairá do papel.

De acordo com Luigi Massa, Presidente da Associação de Turismo de Ilhéus, empreendimentos importantes para o turismo da região foram suspensos após o anúncio da construção do porto.

Com as eleições se aproximando, cresce o suposto interesse no desenvolvimento econômico de Ilhéus, que ainda vive uma crise após a grande queda da economia do cacau, típica da região. A região, de grande potencial turístico ainda pouco explorado, concentra grandes porções de recifes de corais (os ecossistemas mais ricos em biodiversidade da vida marinha), além de ser rota de migração e local de alimentação de quatro espécies de tartarugas-marinhas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lobby nuclear às custas do contribuinte


2010. Nenhuma nova usina nuclear foi ainda aprovada pelo governo. Mas utilizando um estudo ultrapasado, de 2006 (PNE 2030) a indústria nuclear gasta milhões de reais do bolso do contribuinte para se propagandear.
Reiterando, não há decisão governamental. Mas já estão metendo a mão no nosso bolso.

Os estudos para localização dessas entre 4 e 8 novas usinas segundo um plano – apenas um plano – está nos custando R$50 milhões. E isso não é o pior. Estes estudos estão sendo realizados em quatro estados do nordeste, que têm elementos em suas constituições proibindo a instalação desse tipo de empreendimento.

A pressão é forte, cortesia dos cofres públicos. Por que esse dinheiro não é aplicado em debates abertos sobre a questão nuclear, para que os cidadãos possam melhor se informar?

Segue abaixo um convite, que certamente está sendo pago pelo cidadão brasileiro, para fazer lobby do setor nuclear. A RedePetro Bahia, com o apoio da PETROBRAS e do SEBRAE, convidam V.Sa. para o Café em Rede do mês de junho.
Nesta ocasião, será ministrada a palestra “Usinas Nucleares: Oportunidades para Fornecedores de Bens e Serviços do Nordeste”, pelo Sr. Carlos Henrique da Costa Mariz – Assistente Sênior da Presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear S.A.

Vale a pena conferir!

Data: 17 de junho de 2010, quinta-feira
Horário: das 07:30h às 09:30h
Local: Auditório da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO
Av. ACM, 2728 – Pituba (Antiga sede do Banco Econômico), Salvador, Bahia

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Aldo Rebelo dá panos para mídia


A imprensa brasileira não deixou de notar que, na apresentação de ontem do relatório final sobre mudanças no Código Florestal feita pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), o discurso, além de muitas vezes carecer de sentido, pouco representa para o desenvolvimento do país.

O excesso de embromação e a falta de conteúdo foram destaques na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. A editoria de Ciência mostrou algumas ‘pérolas’ da fala do deputado: entre requerer a naturalização da jaca como espécie nativa brasileira e afirmar que o boi é o animal de estimação preferido dos brasileiros, Aldo Rebelo também ocupou o tempo de leitura para acusar o Greenpeace de chefiar uma conspiração para ressuscitar a época de colonização holandesa no Brasil.

Na reportagem, a editoria do jornal impressiona-se também com a ignorância do deputado sobre assuntos como aquecimento global e desenvolvimento limpo e finaliza com a afirmação: o deputado anda precisando de uma consultoria científica.

O jornal Estado de São Paulo dá destaque à contratação de uma consultora jurídica ligada ao agronegócio, Samanta Piñeda, para a elaboração do texto do relatório. O jornal lembra as posições de Samanta sobre o Código Florestal. Quando, em 2008, o presidente Lula estabeleceu punição para produtores rurais que desrespeitavam a lei ambiental, a advogada classificou as regras como inconsequentes e incumpríveis.

Na edição do Jornal das Dez, na Globonews, o apresentador André Trigueiro critica o relatório, especialmente pela frase que o introduz, dedicando o texto “aos agricultores”. Segundo o jornalista, isto que revela a falta de compromisso do autor com o outro lado da discussão – o ambiental.

Pouco a comemorar

Por : Natália Falcón

No Dia Mundial dos Oceanos, ao invés de homenagens, vemos mares infestados de óleo, espécies rumando para a extinção e a criminalização de ativistas.


Estipulado internacionalmente em 2008 para prestar homenagem aos nossos mares, dois anos depois, o Dia Mundial dos Oceanos - 08 de junho, chega para o Greenpeace com ares de ressaca. Entre ativistas ameaçados de prisão por denúncia de contrabando de baleia no Japão, a outros agredidos em tentativa de salvar atuns ameaçados no Mediterrâneo, assistimos ainda ao possível fim da moratória de caça comercial de baleias e ao maior vazamento de óleo da história dos Estados Unidos.


No Golfo do México, tentativas de conter o que já é o maior vazamento de óleo da história dos Estados Unidos fracassam e o derramamento corre solto em seu segundo mês de contaminação de estuários, praias e mangues, matando organismos marinhos e aves. Partindo para outros mares, no Mediterrâneo, nossos ativistas são feridos por ganchos de pescadores ao participarem de uma ação de defesa do atum azul, espécie altamente ameaçada de extinção e cujos estoques pesqueiros rumam ao colapso devido à péssima gestão do setor pesqueiro e da pesca intensiva indiscriminada.


Vamos para o Japão, onde Junichi Sato e Toru Suzuki, dois ativistas que denunciaram esquema de contrabando ilegal de carne de baleia, ouvem, em tribunal, pedido de condenação de 18 meses de cadeia. Submetidos a um julgamento criminoso, estes defensores dos animais marinhos podem se tornar os primeiros ativistas do Greenpeace a passar tanto tempo presos por uma ação de denúncia.


Enquanto isso, a moratória de caça comercial de baleias, estipulada pela Comissão Internacional da Baleia (CIB) em 1986, sofre investida dos países baleeiros membros da Comissão. A ser votada no final deste mês, em reunião anual da CIB, proposta de eliminação da moratória garante criação de cotas – altas – de animais a serem pescados. A caça dita “científica”, sustentada por governos como o japonês, ainda assim continua assassinando milhares de baleias por ano.


O Greenpeace no Brasil defende a delimitação de 40% das águas internacionais como Áreas Marinhas Protegidas destinadas à manutenção do ecossistema marinho, assim como a implementação de áreas protegidas também no território marinho nacional. “Por maiores que sejam os problemas enfrentados, vemos pessoas que lutam a favor da proteção dos mares. Isso sim é motivo de comemoração. Comemoração a tudo que os oceanos têm a oferecer e a todos aqueles que sabem valorizá-lo”, diz Mikael Freitas, da Campanha de Oceanos.


domingo, 6 de junho de 2010

Ambientalista por um Dia ( do Meio Ambiente)

por : Natália Falcón

Dia 05 de Junho, o dia em que as atenções se voltam para o meio ambiente na tentativa de propagar a conservação e preservação ambiental, nesse único dia todas as preocupações se concentram na natureza, são realizadas atividades mil que envolvem o ideal da preservação, e todos se sentem ambientalistas por um dia. Mas será que é mesmo necessário que chegue o dia do meio ambiente para que todos reflitam sobre os problemas que o envolvem? É preciso que chegue o dia do Meio Ambiente para que a nova ministra desse assunto se pronuncie e se apresente? Por que aguardar datas comemorativas para reciclar e plantar árvores?

Ontem foi esse dia, e como esperado ocorreram palestras, oficinas e apresentações diversas visando (pelo menos o espero) o engajamento de mais pessoas na causa ambiental. Todas essas ações são super válidas, mas não seria melhor que fossem contínuas e não esporádicas? Não precisamos esperar que chegue o dia do Meio Ambiente para refletir sobre hábitos e práticas que prejudicam a natureza. O dia do Meio Ambiente é todo dia, a preocupação com o meio em que vivemos, e como nossas práticas o afetam devem ser constantes, as coisas boas devem ser praticadas independente da mídia e do calendário.

A natureza já deixou de pedir socorro sutilmente, o pedido agora é explícito. Reduzir, reutilizar, reciclar, e principalmente repensar, não é mais que a obrigação de todos. A Ecobag é mais que uma simples moda, é uma demanda urgente de uma natureza que não comporta mais decompor o lixo produzido e descartado pelo homem. Utilizar mais transportes alternativos não é uma solução apenas para o caos no trânsito, e sim uma prática mais do que necessária para não contribuir ainda mais com o aquecimento global. O Meio Ambiente vai além das plantas, rios e animais, a cidade e o homem também compõe esse cenário, sendo assim modificá-lo é inevitável, mas prejudicá-lo é, sem dúvidas, inaceitável.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Aposta no passado


No Diário Oficial da última segunda-feira, 31 de maio, saiu finalmente a autorização para dar início às obras da usina nuclear Angra 3. As empreiteiras e os militares e civis que controlam o programa nuclear brasileiro desde os tempos da ditadura, exultaram.O resto dos brasileiros, infelizmente, tem pouco a celebrar. O país vai pagar muito por uma tecnologia ultrapassada, que gera rejeitos tóxicos para os quais ainda não se encontrou uma solução e é tocada por setores do governo que não gostam de transparência.

Isso sem mencionar o problema do lixo nuclear. Construir outro reator implica em milhões de toneladas de resíduo radioativo, que é produzido nas diversas etapas da cadeia do combustível nuclear. Só na fase da mineração serão gerados mais de 6 milhões de toneladas .Solução para esse lixo não existe em lugar algum no mundo. Mas alternativas a ele, sim. As energias renováveis, nas quais o governo deveria investir, são mantidas na gaveta por falta de vontade política. Hoje, o incentivo às fontes renováveis está no PL 630/03, empacado na Câmara dos Deputados e esquecido pelo governo e pelos parlamentares, que preferem empurrar para nossos filhos e netos a conta do lixo nuclear, empatando todos os esforços rumo a um desenvolvimento verde.

A licença de Angra 3 não poderia ser expedida por um órgão como a CNEN que, além de licenciar e fiscalizar, é responsável pela promoção da energia nuclear e tem interesses diretos com a construção de novos reatores. Fica claro que o interesse público não é considerado.Esse dinheiro deveria ser investido nas energias renováveis, que vêm conquistando o mercado internacional devido à relação custo versus benefício incomparável. Somente em 2009, a capacidade instalada de eólicas no mundo todo superou a quantidade nucleares instaladas nos últimos 15 anos. Nos últimos dez anos, foram desligados mais reatores nucleares do que instalados, em demonstração da decadência da indústria no mundo todo. Menos, agora sabe-se, no Brasil.

terça-feira, 29 de junho de 2010


Empresa recua e retira o pedido de liberação do arroz transgênico. Pelo menos por enquanto, o tradicional arroz com feijão do brasileiro está a salvo.

A Bayer CropScience retirou hoje o pedido de plantio e venda do arroz transgênico Liberty Link (LL62) à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Com isso, fica suspensa, pelo menos por enquanto, a entrada da variedade geneticamente modificada no mercado brasileiro. Se fosse aprovado, o Brasil seria o primeiro país do mundo a produzir e consumir arroz transgênico.

“Tentar empurrar uma variedade transgênica goela abaixo do brasileiro é um desrespeito. Ninguém quer esse arroz”, afirma Iran Magno, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil. Até hoje não foram apresentados estudos que garantam a segurança da saúde humana, da biodiversidade e do ambiente com a introdução dessa variedade.

A Bayer divulgou em seu site uma nota esclarecendo a retirada. Alegou a “necessidade de ampliar o diálogo com os principais integrantes da cadeia de produção no Brasil”. Bem sabemos que, na realidade, os produtores não mudaram a sua posição inicial contrária a variedade.

O histórico da Bayer com o arroz geneticamente modificado não é dos melhores. Três variedades de arroz transgênico cultivadas em campos experimentais contaminaram, em 2006, os estoques nos Estados Unidos, com impacto negativo na indústria de arroz americana, que viu os mercados internacionais fecharem as portas para o seu produto.

“Do jeito que a Bayer se esforça para aprovar esse arroz, mesmo com toda a controvérsia envolvida, eles podem colocar o pedido de novo na pauta da CTNBio. Vamos acompanhar de perto”, completa Iran.

terça-feira, 22 de junho de 2010


Na última quinta-feira, 17 de junho, foi realizada audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir a instalação do Complexo Portuário Porto-Sul, na Ponta da Tulha, Ilhéus (BA).

Como os principais interessados no porto, os representantes do Governo da Bahia, e da BAMIN (Bahia Mineração Ltda.) não comparecem, a discussão se concentrou nos pontos contrários à instalação.

O procurador da República de Ilhéus, Eduardo El Hage, contra o empreendimento, já entrou com ação civil pública para frear a concessão de licenças ambientais. De acordo com Hage, se depender do Ministério Público, o projeto não sairá do papel.

De acordo com Luigi Massa, Presidente da Associação de Turismo de Ilhéus, empreendimentos importantes para o turismo da região foram suspensos após o anúncio da construção do porto.

Com as eleições se aproximando, cresce o suposto interesse no desenvolvimento econômico de Ilhéus, que ainda vive uma crise após a grande queda da economia do cacau, típica da região. A região, de grande potencial turístico ainda pouco explorado, concentra grandes porções de recifes de corais (os ecossistemas mais ricos em biodiversidade da vida marinha), além de ser rota de migração e local de alimentação de quatro espécies de tartarugas-marinhas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


2010. Nenhuma nova usina nuclear foi ainda aprovada pelo governo. Mas utilizando um estudo ultrapasado, de 2006 (PNE 2030) a indústria nuclear gasta milhões de reais do bolso do contribuinte para se propagandear.
Reiterando, não há decisão governamental. Mas já estão metendo a mão no nosso bolso.

Os estudos para localização dessas entre 4 e 8 novas usinas segundo um plano – apenas um plano – está nos custando R$50 milhões. E isso não é o pior. Estes estudos estão sendo realizados em quatro estados do nordeste, que têm elementos em suas constituições proibindo a instalação desse tipo de empreendimento.

A pressão é forte, cortesia dos cofres públicos. Por que esse dinheiro não é aplicado em debates abertos sobre a questão nuclear, para que os cidadãos possam melhor se informar?

Segue abaixo um convite, que certamente está sendo pago pelo cidadão brasileiro, para fazer lobby do setor nuclear. A RedePetro Bahia, com o apoio da PETROBRAS e do SEBRAE, convidam V.Sa. para o Café em Rede do mês de junho.
Nesta ocasião, será ministrada a palestra “Usinas Nucleares: Oportunidades para Fornecedores de Bens e Serviços do Nordeste”, pelo Sr. Carlos Henrique da Costa Mariz – Assistente Sênior da Presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear S.A.

Vale a pena conferir!

Data: 17 de junho de 2010, quinta-feira
Horário: das 07:30h às 09:30h
Local: Auditório da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO
Av. ACM, 2728 – Pituba (Antiga sede do Banco Econômico), Salvador, Bahia

quarta-feira, 9 de junho de 2010


A imprensa brasileira não deixou de notar que, na apresentação de ontem do relatório final sobre mudanças no Código Florestal feita pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), o discurso, além de muitas vezes carecer de sentido, pouco representa para o desenvolvimento do país.

O excesso de embromação e a falta de conteúdo foram destaques na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. A editoria de Ciência mostrou algumas ‘pérolas’ da fala do deputado: entre requerer a naturalização da jaca como espécie nativa brasileira e afirmar que o boi é o animal de estimação preferido dos brasileiros, Aldo Rebelo também ocupou o tempo de leitura para acusar o Greenpeace de chefiar uma conspiração para ressuscitar a época de colonização holandesa no Brasil.

Na reportagem, a editoria do jornal impressiona-se também com a ignorância do deputado sobre assuntos como aquecimento global e desenvolvimento limpo e finaliza com a afirmação: o deputado anda precisando de uma consultoria científica.

O jornal Estado de São Paulo dá destaque à contratação de uma consultora jurídica ligada ao agronegócio, Samanta Piñeda, para a elaboração do texto do relatório. O jornal lembra as posições de Samanta sobre o Código Florestal. Quando, em 2008, o presidente Lula estabeleceu punição para produtores rurais que desrespeitavam a lei ambiental, a advogada classificou as regras como inconsequentes e incumpríveis.

Na edição do Jornal das Dez, na Globonews, o apresentador André Trigueiro critica o relatório, especialmente pela frase que o introduz, dedicando o texto “aos agricultores”. Segundo o jornalista, isto que revela a falta de compromisso do autor com o outro lado da discussão – o ambiental.

Por : Natália Falcón


No Dia Mundial dos Oceanos, ao invés de homenagens, vemos mares infestados de óleo, espécies rumando para a extinção e a criminalização de ativistas.


Estipulado internacionalmente em 2008 para prestar homenagem aos nossos mares, dois anos depois, o Dia Mundial dos Oceanos - 08 de junho, chega para o Greenpeace com ares de ressaca. Entre ativistas ameaçados de prisão por denúncia de contrabando de baleia no Japão, a outros agredidos em tentativa de salvar atuns ameaçados no Mediterrâneo, assistimos ainda ao possível fim da moratória de caça comercial de baleias e ao maior vazamento de óleo da história dos Estados Unidos.


No Golfo do México, tentativas de conter o que já é o maior vazamento de óleo da história dos Estados Unidos fracassam e o derramamento corre solto em seu segundo mês de contaminação de estuários, praias e mangues, matando organismos marinhos e aves. Partindo para outros mares, no Mediterrâneo, nossos ativistas são feridos por ganchos de pescadores ao participarem de uma ação de defesa do atum azul, espécie altamente ameaçada de extinção e cujos estoques pesqueiros rumam ao colapso devido à péssima gestão do setor pesqueiro e da pesca intensiva indiscriminada.


Vamos para o Japão, onde Junichi Sato e Toru Suzuki, dois ativistas que denunciaram esquema de contrabando ilegal de carne de baleia, ouvem, em tribunal, pedido de condenação de 18 meses de cadeia. Submetidos a um julgamento criminoso, estes defensores dos animais marinhos podem se tornar os primeiros ativistas do Greenpeace a passar tanto tempo presos por uma ação de denúncia.


Enquanto isso, a moratória de caça comercial de baleias, estipulada pela Comissão Internacional da Baleia (CIB) em 1986, sofre investida dos países baleeiros membros da Comissão. A ser votada no final deste mês, em reunião anual da CIB, proposta de eliminação da moratória garante criação de cotas – altas – de animais a serem pescados. A caça dita “científica”, sustentada por governos como o japonês, ainda assim continua assassinando milhares de baleias por ano.


O Greenpeace no Brasil defende a delimitação de 40% das águas internacionais como Áreas Marinhas Protegidas destinadas à manutenção do ecossistema marinho, assim como a implementação de áreas protegidas também no território marinho nacional. “Por maiores que sejam os problemas enfrentados, vemos pessoas que lutam a favor da proteção dos mares. Isso sim é motivo de comemoração. Comemoração a tudo que os oceanos têm a oferecer e a todos aqueles que sabem valorizá-lo”, diz Mikael Freitas, da Campanha de Oceanos.


domingo, 6 de junho de 2010

por : Natália Falcón

Dia 05 de Junho, o dia em que as atenções se voltam para o meio ambiente na tentativa de propagar a conservação e preservação ambiental, nesse único dia todas as preocupações se concentram na natureza, são realizadas atividades mil que envolvem o ideal da preservação, e todos se sentem ambientalistas por um dia. Mas será que é mesmo necessário que chegue o dia do meio ambiente para que todos reflitam sobre os problemas que o envolvem? É preciso que chegue o dia do Meio Ambiente para que a nova ministra desse assunto se pronuncie e se apresente? Por que aguardar datas comemorativas para reciclar e plantar árvores?

Ontem foi esse dia, e como esperado ocorreram palestras, oficinas e apresentações diversas visando (pelo menos o espero) o engajamento de mais pessoas na causa ambiental. Todas essas ações são super válidas, mas não seria melhor que fossem contínuas e não esporádicas? Não precisamos esperar que chegue o dia do Meio Ambiente para refletir sobre hábitos e práticas que prejudicam a natureza. O dia do Meio Ambiente é todo dia, a preocupação com o meio em que vivemos, e como nossas práticas o afetam devem ser constantes, as coisas boas devem ser praticadas independente da mídia e do calendário.

A natureza já deixou de pedir socorro sutilmente, o pedido agora é explícito. Reduzir, reutilizar, reciclar, e principalmente repensar, não é mais que a obrigação de todos. A Ecobag é mais que uma simples moda, é uma demanda urgente de uma natureza que não comporta mais decompor o lixo produzido e descartado pelo homem. Utilizar mais transportes alternativos não é uma solução apenas para o caos no trânsito, e sim uma prática mais do que necessária para não contribuir ainda mais com o aquecimento global. O Meio Ambiente vai além das plantas, rios e animais, a cidade e o homem também compõe esse cenário, sendo assim modificá-lo é inevitável, mas prejudicá-lo é, sem dúvidas, inaceitável.

terça-feira, 1 de junho de 2010


No Diário Oficial da última segunda-feira, 31 de maio, saiu finalmente a autorização para dar início às obras da usina nuclear Angra 3. As empreiteiras e os militares e civis que controlam o programa nuclear brasileiro desde os tempos da ditadura, exultaram.O resto dos brasileiros, infelizmente, tem pouco a celebrar. O país vai pagar muito por uma tecnologia ultrapassada, que gera rejeitos tóxicos para os quais ainda não se encontrou uma solução e é tocada por setores do governo que não gostam de transparência.

Isso sem mencionar o problema do lixo nuclear. Construir outro reator implica em milhões de toneladas de resíduo radioativo, que é produzido nas diversas etapas da cadeia do combustível nuclear. Só na fase da mineração serão gerados mais de 6 milhões de toneladas .Solução para esse lixo não existe em lugar algum no mundo. Mas alternativas a ele, sim. As energias renováveis, nas quais o governo deveria investir, são mantidas na gaveta por falta de vontade política. Hoje, o incentivo às fontes renováveis está no PL 630/03, empacado na Câmara dos Deputados e esquecido pelo governo e pelos parlamentares, que preferem empurrar para nossos filhos e netos a conta do lixo nuclear, empatando todos os esforços rumo a um desenvolvimento verde.

A licença de Angra 3 não poderia ser expedida por um órgão como a CNEN que, além de licenciar e fiscalizar, é responsável pela promoção da energia nuclear e tem interesses diretos com a construção de novos reatores. Fica claro que o interesse público não é considerado.Esse dinheiro deveria ser investido nas energias renováveis, que vêm conquistando o mercado internacional devido à relação custo versus benefício incomparável. Somente em 2009, a capacidade instalada de eólicas no mundo todo superou a quantidade nucleares instaladas nos últimos 15 anos. Nos últimos dez anos, foram desligados mais reatores nucleares do que instalados, em demonstração da decadência da indústria no mundo todo. Menos, agora sabe-se, no Brasil.