sexta-feira, 26 de junho de 2009
RF investiga 740 ton de lixo doméstico vindas da Inglaterra
Encontram-se retidos no Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto do Rio Grande 40 contêineres com 740 toneladas de lixo doméstico vindos do porto Felixtowe, da Inglaterra. A carga foi importada por uma empresa de Bento Gonçalves e chegou descrita como polímeros de etileno para reciclagem. No interior dos contêineres estão banheiros químicos prensados, camisinhas, seringas, cartela de remédios, pilhas de bateria, entre outros, além de material orgânico. A Alfândega da Receita Federal do Brasil no Porto do Rio Grande está investigando a operação de importação irregular. Em Caxias do Sul, há outros oito contêineres com esse tipo de lixo e no Porto de Santos (SP) mais 16.
Conforme o chefe da Alfândega no porto rio-grandino, Marco Antônio Medeiros, a descrição da carga levava a crer que se tratasse de desperdício de indústria petroquímica que viria para reciclagem. Junto com o lixo vieram alguns tambores contendo brinquedos estragados e sujos, como, por exemplo, boneca sem cabeça. Também havia bilhetes com pedido para que os brinquedos fossem entregues às crianças pobres do Brasil e com a orientação de "favor lavar antes de usar".
As 740 toneladas de lixo chegaram ao Tecon do final de fevereiro até o final de maio deste ano, em oito embarques diferentes, com uma média de cinco contêineres em cada embarque. E foi descoberta pela Receita Federal a partir de uma denúncia anônima de irregularidade em uma carga deste tipo. Fiscais da Alfândega que fazem análise de risco passaram a procurar no sistema e descobriram qual era a importação.
A partir da descoberta da carga, a Alfândega também comunicou o Ministério Público Federal (MPF), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos ambientais. A investigação começou há duas semanas. Medeiros relatou que já foram identificadas as empresas envolvidas no Brasil e agora a Alfândega está tentando descobrir os envolvidos no exterior. Os nomes das empresas não foram divulgados para não prejudicar a investigação. Ele não descarta a participação de brasileiros que estejam no exterior.
A intenção da Alfândega é de fazer com que a empresa importadora devolva as 740 toneladas de lixo à origem, até para forçar as autoridades europeias a tomarem providências para que esse tipo de prática desleal no comércio exterior não continue. "Nós já temos o nosso lixo. Essa importação é muito prejudicial ao País", observou. Durante a investigação, a equipe da Alfândega teve conhecimento de que existe uma máfia na Europa que desvia o lixo de lá e envia para outros países. "Ficamos sabendo inclusive que há um livro sobre a máfia italiana que desvia lixo de descarte, com documento falso, e venderia como material próprio para reciclagem", relatou.
Ele observa que hoje a preocupação com descarte de lixo é internacional. Os 40 contêineres estão retidos em local apropriado, no Tecon. Conforme Medeiros, antes de eles serem abertos, foi chamada a Anvisa e depois o Ibama para verificarem. Na abertura dos contêineres, foi constatado cheiro muito forte. "Ambos ficaram bastante preocupados. Nos meus 11 anos como auditor fiscal, nunca vi uma situação dessa", disse. O objetivo é evitar que esse material entre no País. A Alfândega também fez contato com a Receita Federal de Caxias do Sul e do Porto de Santos, visando que nestes locais sejam adotadas as mesmas medidas que estão sendo tomadas em Rio Grande.
Porto
De acordo com a assessoria da Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), o superintendente do porto, Janir Branco, vai realizar uma reunião com o Ministério Público Federal, Fepam, Ibama e Tecon para tratar deste tema. A data ainda não está marcada. A SUPRG defende a mesma sinalização que a Alfândega, ou seja, que o importador deve ser compelido a devolver essa carga à origem, de modo a afastar o risco que ela representa ao Brasil.
Observa que a legislação aduaneira prevê a possibilidade de pena de perdimento, seja por falsa declaração de conteúdo ou por mercadoria atentatória à saúde. No entanto, entende que a aplicação da pena de perdimento neste caso acarretaria um grave problema à União, que teria que se responsabilizar pela destinação da carga.
Ministério Público
O Ministério Público Federal está acompanhando o caso e tem, já em tramitação, um procedimento nos âmbitos ambiental e de saúde pública para apurar e colher as informações necessárias para atuação. Também encaminhou ofício aos órgãos ambientais, à SUPRG e à Anvisa, para que adotem dentro de suas áreas de competências as providências para resguardo do meio ambiente e da saúde pública.
Carmem Ziebell.
Fonte:http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=19¬icia=67521
4 comentários:
- Thuly disse...
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Nossa, já vimos muitos absurdos na questao Brasil-Meio Ambiente, mas este fato parece superar todos os outros, pelo menos no que diz respeito à imagem que se faz do Brasil. Lamentável.
- 26 de junho de 2009 às 20:34
- Unknown disse...
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O tráfico de lixo, bem como seu transporte ilegal para outros países já é prática antiga de máfias europeias, destacando-se como pioneira a 'comorra' (italiana), que transfere lixos tóxicos e hospitalares para terrenos inadequados, soterram em áreas isoladas e fronteiras de outros países.
Esse assunto foi matéria da super interessante do começo do ano e rendeu um filme "Gomorra".
Realmente lamentável. - 28 de junho de 2009 às 10:21
- Rafael disse...
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Andei discutindo um dia desses com colegas e falei que todos querem que a África se exploda pra virar depósito de lixo!!
Disseram que não tinha fundamento...mas em parte sempre acreditei nessa tese... - 30 de junho de 2009 às 01:43
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Desde dg 28.06.09, às 6 hs, quando soube da aberração.. tento acompanhar evolução dos fatos. Além de comentários em vários blogs, enviei emails (p/ Carlos MInc ; Cristóvan Buarque, Vers. Aspasia Camargo e Alfredo Syrkis (até ao consul britanico)..pasmem! a maioria dos verdes nem sabia.. MAGINA EU AQUI-ZINHA; ELES LÁ-ZÃO, estão pisando na minha cidadania, chamando meu país de latrina/esgoto do mundo, minha familia de panacas, trouxas palhaços de carteirinha...Já deveriamos estar nas ruas, nas portas dos consulados COBRANDO EXPLICAÇÕES.. Aos que tem o dever de vigilar, mas estão de braços cruzados, NUMA BOA, tentando se distanciar do fedor, o dever de lamber os brinquedos e dar para seus filhos e netos ..mais uma bofetada moral.. aí está o pano de fundo de todos os problemas nacionais: os outros países nos desrespeitam POR QUE NÓS NÃO NOS RESPEITAMOS..!! CIDADANIA EU QUERO UMA PRA VIVEER!!!!Não vamos descarregar na "Camorra"..eles estão a 10.000 milhas de distancia..ONDE ESTAMOS NÓS???. Vamos olhar para NÓS: ADMITIMOS TODO TIPO de SALAFRAGEM /BAMDALHA /corrupção. Reparem: (NINGUÉM ESTRANHA??) AS "EMPRESAS" [DIZEM] FORAM MULTADAS..e NOTIFICADAS PARA, EM 10 DIAS, devolver O LIXO, À SUA ORIGEM..MAS OS NOMES NÃO SERÃO DIVULGADOS (quer mais?)..e alguém acredita que alguém vai pagar as tais multas? e alguém acredita que esse lixo vai voltar pra europa? Porque os nomes não são divulgados? e alguem acredita que esta é a 1a. ocorrência? e alguem acredita que não estão enchendo novos navios e que o fluxo não vai continuar?
- 3 de julho de 2009 às 00:11
sexta-feira, 26 de junho de 2009
RF investiga 740 ton de lixo doméstico vindas da Inglaterra
Postado por
Grupo de voluntários do Greenpeace
12:02
Encontram-se retidos no Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto do Rio Grande 40 contêineres com 740 toneladas de lixo doméstico vindos do porto Felixtowe, da Inglaterra. A carga foi importada por uma empresa de Bento Gonçalves e chegou descrita como polímeros de etileno para reciclagem. No interior dos contêineres estão banheiros químicos prensados, camisinhas, seringas, cartela de remédios, pilhas de bateria, entre outros, além de material orgânico. A Alfândega da Receita Federal do Brasil no Porto do Rio Grande está investigando a operação de importação irregular. Em Caxias do Sul, há outros oito contêineres com esse tipo de lixo e no Porto de Santos (SP) mais 16.
Conforme o chefe da Alfândega no porto rio-grandino, Marco Antônio Medeiros, a descrição da carga levava a crer que se tratasse de desperdício de indústria petroquímica que viria para reciclagem. Junto com o lixo vieram alguns tambores contendo brinquedos estragados e sujos, como, por exemplo, boneca sem cabeça. Também havia bilhetes com pedido para que os brinquedos fossem entregues às crianças pobres do Brasil e com a orientação de "favor lavar antes de usar".
As 740 toneladas de lixo chegaram ao Tecon do final de fevereiro até o final de maio deste ano, em oito embarques diferentes, com uma média de cinco contêineres em cada embarque. E foi descoberta pela Receita Federal a partir de uma denúncia anônima de irregularidade em uma carga deste tipo. Fiscais da Alfândega que fazem análise de risco passaram a procurar no sistema e descobriram qual era a importação.
A partir da descoberta da carga, a Alfândega também comunicou o Ministério Público Federal (MPF), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos ambientais. A investigação começou há duas semanas. Medeiros relatou que já foram identificadas as empresas envolvidas no Brasil e agora a Alfândega está tentando descobrir os envolvidos no exterior. Os nomes das empresas não foram divulgados para não prejudicar a investigação. Ele não descarta a participação de brasileiros que estejam no exterior.
A intenção da Alfândega é de fazer com que a empresa importadora devolva as 740 toneladas de lixo à origem, até para forçar as autoridades europeias a tomarem providências para que esse tipo de prática desleal no comércio exterior não continue. "Nós já temos o nosso lixo. Essa importação é muito prejudicial ao País", observou. Durante a investigação, a equipe da Alfândega teve conhecimento de que existe uma máfia na Europa que desvia o lixo de lá e envia para outros países. "Ficamos sabendo inclusive que há um livro sobre a máfia italiana que desvia lixo de descarte, com documento falso, e venderia como material próprio para reciclagem", relatou.
Ele observa que hoje a preocupação com descarte de lixo é internacional. Os 40 contêineres estão retidos em local apropriado, no Tecon. Conforme Medeiros, antes de eles serem abertos, foi chamada a Anvisa e depois o Ibama para verificarem. Na abertura dos contêineres, foi constatado cheiro muito forte. "Ambos ficaram bastante preocupados. Nos meus 11 anos como auditor fiscal, nunca vi uma situação dessa", disse. O objetivo é evitar que esse material entre no País. A Alfândega também fez contato com a Receita Federal de Caxias do Sul e do Porto de Santos, visando que nestes locais sejam adotadas as mesmas medidas que estão sendo tomadas em Rio Grande.
Porto
De acordo com a assessoria da Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), o superintendente do porto, Janir Branco, vai realizar uma reunião com o Ministério Público Federal, Fepam, Ibama e Tecon para tratar deste tema. A data ainda não está marcada. A SUPRG defende a mesma sinalização que a Alfândega, ou seja, que o importador deve ser compelido a devolver essa carga à origem, de modo a afastar o risco que ela representa ao Brasil.
Observa que a legislação aduaneira prevê a possibilidade de pena de perdimento, seja por falsa declaração de conteúdo ou por mercadoria atentatória à saúde. No entanto, entende que a aplicação da pena de perdimento neste caso acarretaria um grave problema à União, que teria que se responsabilizar pela destinação da carga.
Ministério Público
O Ministério Público Federal está acompanhando o caso e tem, já em tramitação, um procedimento nos âmbitos ambiental e de saúde pública para apurar e colher as informações necessárias para atuação. Também encaminhou ofício aos órgãos ambientais, à SUPRG e à Anvisa, para que adotem dentro de suas áreas de competências as providências para resguardo do meio ambiente e da saúde pública.
Carmem Ziebell.
Fonte:http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=19¬icia=67521
- Unknown 28 de junho de 2009 às 10:21
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O tráfico de lixo, bem como seu transporte ilegal para outros países já é prática antiga de máfias europeias, destacando-se como pioneira a 'comorra' (italiana), que transfere lixos tóxicos e hospitalares para terrenos inadequados, soterram em áreas isoladas e fronteiras de outros países.
Esse assunto foi matéria da super interessante do começo do ano e rendeu um filme "Gomorra".
Realmente lamentável. - Rafael 30 de junho de 2009 às 01:43
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Andei discutindo um dia desses com colegas e falei que todos querem que a África se exploda pra virar depósito de lixo!!
Disseram que não tinha fundamento...mas em parte sempre acreditei nessa tese... - Anônimo 3 de julho de 2009 às 00:11
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Desde dg 28.06.09, às 6 hs, quando soube da aberração.. tento acompanhar evolução dos fatos. Além de comentários em vários blogs, enviei emails (p/ Carlos MInc ; Cristóvan Buarque, Vers. Aspasia Camargo e Alfredo Syrkis (até ao consul britanico)..pasmem! a maioria dos verdes nem sabia.. MAGINA EU AQUI-ZINHA; ELES LÁ-ZÃO, estão pisando na minha cidadania, chamando meu país de latrina/esgoto do mundo, minha familia de panacas, trouxas palhaços de carteirinha...Já deveriamos estar nas ruas, nas portas dos consulados COBRANDO EXPLICAÇÕES.. Aos que tem o dever de vigilar, mas estão de braços cruzados, NUMA BOA, tentando se distanciar do fedor, o dever de lamber os brinquedos e dar para seus filhos e netos ..mais uma bofetada moral.. aí está o pano de fundo de todos os problemas nacionais: os outros países nos desrespeitam POR QUE NÓS NÃO NOS RESPEITAMOS..!! CIDADANIA EU QUERO UMA PRA VIVEER!!!!Não vamos descarregar na "Camorra"..eles estão a 10.000 milhas de distancia..ONDE ESTAMOS NÓS???. Vamos olhar para NÓS: ADMITIMOS TODO TIPO de SALAFRAGEM /BAMDALHA /corrupção. Reparem: (NINGUÉM ESTRANHA??) AS "EMPRESAS" [DIZEM] FORAM MULTADAS..e NOTIFICADAS PARA, EM 10 DIAS, devolver O LIXO, À SUA ORIGEM..MAS OS NOMES NÃO SERÃO DIVULGADOS (quer mais?)..e alguém acredita que alguém vai pagar as tais multas? e alguém acredita que esse lixo vai voltar pra europa? Porque os nomes não são divulgados? e alguem acredita que esta é a 1a. ocorrência? e alguem acredita que não estão enchendo novos navios e que o fluxo não vai continuar?
Nossa, já vimos muitos absurdos na questao Brasil-Meio Ambiente, mas este fato parece superar todos os outros, pelo menos no que diz respeito à imagem que se faz do Brasil. Lamentável.