Recursos que são oferecidos gratuitamente pelos ecossistemas, como água e ar limpos, polinização, remédios e solos férteis podem deixar de estar disponíveis se a atual taxa de degradação ambiental e de extinção de espécies se manter. Para compensar as perdas desses serviços, empresas e governos terão que gastar, segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), um valor de até US$ 4,5 trilhões. Se ao invés de deixar esse cenário virar realidade, fossem feitos investimentos em preservação hoje, o custo seria até 100 vezes menor. É o que afirma um estudo divulgado pela PwC neste sábado (22), dia internacional da diversidade biológica. O trabalho mostra como as principais companhias do mundo ignoram a perda da biodiversidade como algo que pode acarretar sérios prejuízos para elas mesmas. A PwC analisou dados públicos das 100 maiores empresas do planeta e descobriu que apenas duas identificam a perda da biodiversidade como um risco estratégico. Além disso, apenas 18 empresas fizeram alguma menção à biodiversidade em seus relatórios anuais e somente seis delas possuem metas para reduzir seus impactos nos ecossistemas.Esses dados são ainda mais alarmantes se for considerado que grande parte dessas companhias opera em setores como alimentos e mineração, sendo, portanto, intensamente relacionadas com a natureza. O relatório ouviu ainda 1100 executivos e descobriu que apenas 27% admitiram estar preocupados com a perda da biodiversidade, apesar de já existirem evidencias de que o problema causa prejuízos para diversos setores da economia. Os mais preocupados são justamente os empresários da África e América Latina, que se mostraram três vezes mais interessados no assunto do que os europeus e norte-americanos. “Ainda não está claro para os empresários os prejuízos que têm por causa da degradação ambiental. As empresas precisam começar a pensar nos ecossistemas como uma extensão de seus negócios, como se fossem partes de suas fábricas e equipamentos. Dessa forma, seria dado mais valor para os benefícios dos serviços ambientais”, explicou Jon Willians, analista da PwC.O estudo da PwC será incorporado a um grande relatório sobre biodiversidade que as Nações Unidas, em conjunto com institutos e empresas, está preparando para os próximos meses. O principal foco do documento estará em mostrar os prejuízos econômicos pela perda da biodiversidade e assim conseguir mobilizar os governos e a iniciativa privada para a questão.“Nós precisamos alterar a postura da humanidade e suas atitudes com relação à natureza: não encará-la como algo para ser conquistado, e sim algo para ser celebrado e vivido. Essa mudança de postura envolveria uma revolução na maneira em que os seres humanos fazem negócios, consumem e pensam suas vidas”, conclui um dos autores do estudo, o economista Pavan Sukhdev.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
Empresas ignoram riscos da perda da biodiversidade
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Grupo de voluntários do Greenpeace
10:20
Recursos que são oferecidos gratuitamente pelos ecossistemas, como água e ar limpos, polinização, remédios e solos férteis podem deixar de estar disponíveis se a atual taxa de degradação ambiental e de extinção de espécies se manter. Para compensar as perdas desses serviços, empresas e governos terão que gastar, segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), um valor de até US$ 4,5 trilhões. Se ao invés de deixar esse cenário virar realidade, fossem feitos investimentos em preservação hoje, o custo seria até 100 vezes menor. É o que afirma um estudo divulgado pela PwC neste sábado (22), dia internacional da diversidade biológica. O trabalho mostra como as principais companhias do mundo ignoram a perda da biodiversidade como algo que pode acarretar sérios prejuízos para elas mesmas. A PwC analisou dados públicos das 100 maiores empresas do planeta e descobriu que apenas duas identificam a perda da biodiversidade como um risco estratégico. Além disso, apenas 18 empresas fizeram alguma menção à biodiversidade em seus relatórios anuais e somente seis delas possuem metas para reduzir seus impactos nos ecossistemas.Esses dados são ainda mais alarmantes se for considerado que grande parte dessas companhias opera em setores como alimentos e mineração, sendo, portanto, intensamente relacionadas com a natureza. O relatório ouviu ainda 1100 executivos e descobriu que apenas 27% admitiram estar preocupados com a perda da biodiversidade, apesar de já existirem evidencias de que o problema causa prejuízos para diversos setores da economia. Os mais preocupados são justamente os empresários da África e América Latina, que se mostraram três vezes mais interessados no assunto do que os europeus e norte-americanos. “Ainda não está claro para os empresários os prejuízos que têm por causa da degradação ambiental. As empresas precisam começar a pensar nos ecossistemas como uma extensão de seus negócios, como se fossem partes de suas fábricas e equipamentos. Dessa forma, seria dado mais valor para os benefícios dos serviços ambientais”, explicou Jon Willians, analista da PwC.O estudo da PwC será incorporado a um grande relatório sobre biodiversidade que as Nações Unidas, em conjunto com institutos e empresas, está preparando para os próximos meses. O principal foco do documento estará em mostrar os prejuízos econômicos pela perda da biodiversidade e assim conseguir mobilizar os governos e a iniciativa privada para a questão.“Nós precisamos alterar a postura da humanidade e suas atitudes com relação à natureza: não encará-la como algo para ser conquistado, e sim algo para ser celebrado e vivido. Essa mudança de postura envolveria uma revolução na maneira em que os seres humanos fazem negócios, consumem e pensam suas vidas”, conclui um dos autores do estudo, o economista Pavan Sukhdev.
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