Por: Carolina Sapucaia

Não há como negar a participação do homem na destruição do planeta. Ou seja, a nossa participação. Apesar de nos sentirmos impotentes, muitas vezes nossas pequenas ações podem ter um grande impacto. Afinal de contas, de nada adianta apenas reclamar da falta de iniciativa dos governantes quando nós mesmos estamos tão parados quanto eles.
A contribuição inicial de cada um pode ser significante com um ato feito automaticamente todos os dias: o consumo. A solução de muitos problemas está no simples ato de refletir e adotar uma postura de consumo consciente.
Bens duráveis como aparelhos eletrônicos, automóveis, equipamentos etc, assim como os não-duráveis: roupas, alimentos, brinquedos e outros, só passam a ser o grande vilão da história quando fazemos a escolha errada.
É fato: vivemos hoje no mundo do “consumo” e, é quase impossível não se deixar seduzir por uma roupa nova, um artigo de decoração, um carro do ano, ou aquela engenhoca ‘mil em um’ que mais parece ter saído de um filme de ficção científica. Porém, é preciso ter calma na hora da compra. Escolhas certas são tão benéficas para meio ambiente quanto para o bolso.
O mercado vende a idéia do ‘bem estar material’, para se viver feliz é preciso ter bens, seja eles quais forem, mas, a compra deve ser constante. A grande ironia dessa história é que, apesar de viver comprando, o homem ainda não saber comprar.
O preço do produto não deve ser fator decisivo para sua compra. A empresa deve ser legal e o produto de qualidade. O consumo desenfreado e mal informado, ainda hoje, é um dos causadores da exploração infantil no mundo. A marca da roupa não deve dizer se lhe dará status ou não, e sim, que ela passou por processos ecologicamente corretos desde a extração de suas matérias primas à destinação dos resíduos de sua fabricação. O alimento que fará parte do seu prato deverá ser rico em proteínas, não em ‘veneno’ - desde a comercialização de alimentos transgênicos, a taxa de agrotóxico aumentou em até 50 vezes no produto, permitido pela própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), causando um grande mal para saúde humana e para a natureza. O seu carro despeja junto com outros em todo país, toneladas de gases causadores do efeito estufa por ano, agora, faça este cálculo em escala global. Roupas, carros e até mesmo brinquedos quando comprados desnecessariamente brevemente farão parte da grande família chamada ‘lixão’, junto com todas as embalagens e saquinhos plásticos que aceitamos na hora da compra.
Definitivamente não sabemos comprar, reciclar, muito menos reaproveitar. Contudo, é preciso fazer a escolha certa. Ser um consumidor consciente é refletir sobre suas escolhas e procurar, no seu cotidiano, fazer opções por produtos e serviços que tenham características mais sustentáveis.
O bom disso tudo é que é fácil. Tente e comprove. Comece evitando o desperdício de alimentos, escolha produtos eletrônicos mais econômicos, dê prioridade a alimentos orgânicos, recicle e use sacolas retornáveis, você verá que um futuro melhor para o planeta não depende só dos nossos governantes. “Use a cabeça. Mexa-se”.