Por Daniele Miranda


“Se fosse para estabelecer uma comparação, seria como, no Rio de Janeiro, pretender construir uma pista de pouso na floresta da Tijuca. Mas, vá a Infraero aparecer com uma proposta dessa no Rio para ver a reação do povo de lá”, disse Renato Pinheiro ao jornal A tarde.


Uma licença ambiental é o que ainda mantém integra a APA Lagoas e Dunas do Abaeté. Burlando as leis ambientais, a ampliação do aeroporto Luis Eduardo Magalhães, se executada, ocupará 80% do maior sistema de dunas e restingas preservadas em áreas urbanas do país. A área tem 6 milhões de metros quadrados e, em 2007 foi reconhecida pelo prefeito João Henrique como Parque Ambiental das Dunas, reconhecendo assim a sua imensa importância.

Tendo como base a carta de repúdio produzida peã OSCIP Unidunas, a ampliação do Aeroporto de Salvador extinguiria a quase totalidade do manancial do Abaeté, aterraria 15 lagoas, erradicaria espécies em risco de extinção, além de centenas de espécies vegetais raras, como orquídeas que só acontecem naquele ecossistema. Seriam também vítimas da ampliação centenas de espécies de animais nativos “raros e frágeis”, a exemplo de répteis, anfíbios, mamíferos, insetos e aves. O Falcão Peregrino é um exemplo de animal que será atingido: ave migratória, anualmente viaja milhares de quilômetros, vinda do Canadá e de outros países para acasalar e reproduzir no local(lupa.facom.ufba.br). Além de influenciar na qualidade o clima local.


“Sua criação foi fundamentada na necessidade de preservação das dunas e lagoas, que favorecem a vida de algumas espécies difíceis de serem encontradas em outro tipo de ecossistema, além de assegurar um patrimônio natural da cidade, sendo um de seus belos cartões postais.” – trecho extraído do site www.seia.ba.gov.br