Por Sérgio Morelli

Open Boat e a régua do clima no elevador Lacerda


















Dando inicio aos trabalhos do Open Boat em Salvador, foi realizada uma ação de protesto na manhã do dia 06/03 com a escalada de um dos cartões-postais mais belos da cidade de Salvador, o
Elevador Lacerda. Foi fixada uma faixa de 40 metros, simbolizando a régua do Clima, que faz referência ao aumento do nível do mar, uma das consequências do aquecimento global. Esta mesma régua foi utilizada numa ação sobre o clima no ano de 2008 na cidade do Rio de Janeiro, onde ja alertava sobre o aumento do nível do mar.



















A faixa permaneceu fixada no Elevador durante 08 horas, sendo retirada após a chegada da Polícia. A população apoiou a iniciativa, fotografando toda a ação dos ativistas.


Na manhã do dia 07/03 foi aberta a visitação das instalações do navio Artic Sunrise, a população teve acesso a diversas oficinas com temas ligados ao Aquecimento Global e meio ambiente.


















Dezenas de colégios levaram seus alunos para a visitação ao Artic Sunrise, onde nas oficinas apresentadas, aprenderam que os efeitos do aquecimento global provocados pelas mudanças climáticas já ameaçam a capital baiana. A conscientização dos jovens é um trunfo onde a mensagem primordial é um alerta sobre a urgência de medidas para salvar o nosso planeta “É agora ou agora!”.


Gabriela Vuolo, uma das coordenadoras da expedição do navio Artic Sunrise no Brasil. disse: "O Estado da Bahia é extremamente vulnerável ao aquecimento global. As cidades da costa estão ameaçadas pela elevação do nível do mar, enquanto o sertão baiano corre o risco de ser ainda mais castigado pela falta de chuvas e pelo avanço da desertificação".

A Bahia tem um papel fundamental na discussão climática, porque, além de sofrer os impactos do aquecimento global, pode contribuir diretamente para a redução das emissões de gases do efeito estufa, por meio das energias renováveis. O Atlas Eólico Nacional, documento elaborado pelo governo federal, afirma que o potencial de geração de energia eólica do Nordeste chega a 75 gigawatts (GW). Desse total, de acordo com estudos do professor Osvaldo Soliano, da Universidade Salvador (Unifacs), 17,5 GW poderiam ser gerados na Bahia, o equivalente a produção de Itaipu mais o que geraria uma usina do Rio Madeira.

Ao invés de aproveitar o potencial das renováveis, cogita-se instalar usinas nucleares no Nordeste", aponta Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. A Bahia já sofre os impactos do programa nuclear brasileiro, conforme revelou denúncia feita pelo Greenpeace em 2008 sobre a contaminação da água por urânio no município de Caetité. Na ocasião, a organização também expôs os riscos do transporte de material radioativo pela cidade de Salvador.

A sociedade baiana precisa agir para que as energias renováveis substituam a energia nuclear, que expõe os baianos, especialmente os moradores de Caetité, aos riscos da contaminação radioativa", continua Rebeca. "Por isso vamos realizar um ato público contra energia nuclear na Bahia na próxima terça-feira, dia 10, aproveitando a passagem do navio Arctic Sunrise por Salvador. Todos os cidadãos estão convidados."