Por Ticiana Figueirêdo

Floração, ferro, excesso de resíduos químicos lançados no oceano. Desde de julho, mais precisamente dia 10, quando a rádio metrópole divulgou fotos no site, até agora, muito já foi dito sobre o surgimento da mancha amarela no mar de Jauá. O mais interessante é que o Instituto de Meio Ambiente (IMA), na época não tinha conhecimento do caso. Fato confirmado por Pedro Moureira, diretor de fiscalização do IMA. “Não sei porque houve o aparecimento da mancha”. Denúncia feita. Depois de duas semanas, sob muita pressão, o órgão descobriu que a mancha de dois quilômetros de extensão era sulfato ferroso. A análise físico-química identificou uma quantidade de ferro acima do normal que é de um miligrama por litro, as amostras apontaram 3,6 miligramas. A liberação do resíduo no mar foi proveniente do emissário marinho da empresa Cristal Company, localizada na estrada do coco. Diante da constatação Beth Wagner, presidente do IMA prometeu tomar providências. “ A gente pretende fazer uma restrição de afluentes nessa região”. Entretanto, três meses se passaram e nenhuma restrição foi feita. Ao contrário, o órgão entrou numa de discussão. Sabe aquela famosa DR típica dos casais e que no fundo no fundo não chega a nenhuma conclusão? Pois é, o processo se arrasta no sentido de obter uma resposta eficaz para a concessão da licença ambiental da empresa. A Cristal Company pediu a renovação da licença em julho, 120 dias antes do vencimento. O que pra o IMA está dentro da lei. O estranho é que mesmo querendo evitar de imediato a poluição naquela região, o IMA prefere dar ênfase aos estudos técnicos. E, nossa! são tantos estudos...Os problemas são essas longas discussões analíticas. Ninguém sabe quando terminam. Pode demorar dois meses, um ano ou até cinco anos. Como Beth Wagner mesmo disse. A empresa Cristal Company, tem até cinco anos para se adequar as exigências do órgão ambiental. Paralelo ao processo de transformação, continua lá em plena atividade. Não há qualquer possibilidade da empresa ser transferida da estrada do coco para o pólo petroquímico. Seriam mais estudos, mais análises, mais processos, mais lentidão. É esperar e cobrar.

Fonte: http://www.radiometropole.com.br/interna_texto.php?local=1&id=VGxSQmQwMXFTWGhQVkVrOQ